terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Antígona

Os irmãos Polinices e Etéocles, lutam até a morte de ambos. Creonte, que assume o trono de Tebas, garante a um deles toda a honra dos ritos fúnebres gregos. E ao outro, acusado de trair a pátria, nega esta honraria. Antígona, desafiando o poder, resolve fazer justiça com as próprias mãos.

"Antígona", na 11ª Mostra Carona de Teatro.
Dias 06 e 10 de dezembro as 20 horas, no Teatro Carlos Gomes.

Ingressos: R$12 (inteira) e R$6 (meia-entrada - válida para menores de 18 anos, estudantes e idosos)
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É, o dia ta chegando... Tentei adiar mais, tentei retardar o tempo, mas é impossível. A minha despedida dos palcos chegou. Não digo despedida, pois despedir-me nunca irei. Apenas fecharei as portas da arte que vive em mim por 1 ano. O futuro não é brincadeira e o terceiro ano escolar vai tomar muito de minha vida. Que o nervosismo de estréia esteja comigo nessa peça, que as luzes se acendam maravilhosamente como sempre, que a poeira do tablado fique marcada em meus pés descalços. Tchau platéia, eu volto logo! (Black out, fecha as cortinas.)

sábado, 14 de novembro de 2009

Geraldo.


Era uma típica tarde de primavera - Um domingo, pra ser mais exato. - Eu estava assistindo um daqueles típicos enlatados na televisão da sala, esperando meu pai voltar de mais uma de suas ídas ao sítio dos meus avós. Estava escurecendo, decidi ir ler um gibi e acabei pegando no sono. Acordei no outro dia, desesperado e atrasado para mais um dia de aula. Tudo estava normal, os sapatos do meu pai na escada e seu casaco na cadeira da mesa central deixavam claramente o sinal de que havia voltado.

Voltei da escola normalmente. Larguei a mochila, devolvi os livros pra estante, tirei os tênis e sentei no sofá. Olhei para fora e onde geralmente avistava só a lavanderia, tive a impressão de ter visto um vulto amarelo; Não era impressão, eu realmente havia visto algo diferente. Levantei, me aproximei pouco a pouco, me questionei e me deparei com a criatura mais adorável que meus olhos ja haviam visto: Um pato - Não, não era só um pato. Era um animal grande daqueles com as brilhantes penas amarelas e um bico alaranjado com um risco preto, que o tornava claramente único e repentinamente especial. Andei para um lado, ele me seguiu. Voltei para o outro lado, ele estava perto de mim. Refleti, pensei, cansei. Não entendia o motivo de um pato estar na minha casa, mas os motivos - mesmo que fossem sem sentido - eram a última coisa que justificasse a alegria que eu estava sentindo naquele momento. Como as coisas mais banais sempre acontecem na minha vida, meu pai foi viajar para negócios justo naquela semana, e ninguém, nem minha própria mãe e nem a empregada sabiam o motivo de nossa família ter um ser amarelo, com penas e asas no quintal - ou pelo menos fingiam que não sabiam.

Passou um dia, passaram dois... E aquele ser foi criando laços fortes e indestrutíveis comigo mesmo. Nenhum cachorro, nenhum peixe e nenhum gato poderia ocupar o seu lugar. Decidi que ia se chamar Geraldo - um belo nome, não é? - E que de agora em diante, nada poderia tirar o seu lugar. Eu o alimentava, dava banhos de piscina, brincava e sentia que o seu rosto triste esperava o que estava por vir. Repito: Todos sabia, menos eu.

Passaram mais dois dias, meu pai chegou e finalmente pedi o motivo daquele ser estar em nossa casa. Minha mãe dirigiu seu olhar amedontrado para o meu pai - eu conhecia esse olhar - como se quisesse esconder algo. Eu percebi o que estava acontecendo e corri para salvar Geraldo. Eu o peguei, dei um último abraço em suas penas quentes. Coloquei-o em uma caixa, saí de bicicleta e o soltei na lagôa mais próxima que tinha por lá. Sabia que estava certo, sabia que só assim o meu pato seria feliz, e foi.

Seria um lindo e gratificante fim, se sua vida não tivesse terminado dentro de uma panela fria e sombria como realmente aconteceu.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Um brinde à festa do ano!

OKTOBERFEST, a grande e tradicional festa de Blumenau, há tempos vem perdendo o seu real sentido. Pessoas embriagadas, acidentes de trânsito, ruas sujas e praças cobertas de cerveja, não apresentam um clima muito propício para uma festa cultural alemã. Enquanto uns bebem exageradamente, outros, em suas casas, temem mais alagamentos e desgraças. Perdemos nosso senso, esquecemos os bons valores e escondemos nossas faces para os problemas. Os tempos mudaram, os caminhos para a diversão se movimentam sempre mais, os motivos ultrapassaram seus limites. Observamos pessoas não só perdendo seus empregos, mas seus entes queridos vítimas da enchente que ainda ficará em nossa memória por muitas gerações. Mas vamos esquecer tudo isso... Afinal, para a Oktoberfest nunca há hora, não é mesmo?! É tudo uma questão de estado de espírito... Vamos sentar com um caneco na mão, brindar ao país que só melhora e esperar o barril de problemas previstos para esse fim de ano.

Texto crítico escrito em 14/10/09 - Aula de redação.

domingo, 18 de outubro de 2009

Caro John Lennon,


Queria que o tempo em que suas músicas lideravam as paradas de sucesso voltasse, e com ele, Caetano, Gilberto e Elis...

domingo, 6 de setembro de 2009

Incertezas.

Incertamente você nasce. Você não sabe como vai ser, que vida terá, se serás premiado com um dom ou com algum talento. Incertamente você vai crescendo. Vai Criando forma, jeito de andar, cor dos olhos e dos cabelos. Incertamente você entra na escola. Começa a mostrar habilidades matemáticas, facilidades com as letras, gosto pelos esportes, muitos amigos, poucos amigos. Incertamente você vai criando sua personalidade. Mostra ser solidário, ser egoísta, ser antissocial, ser alegre, ser ansioso, ser hiperativo, ser inteligente. Incertamente seus gostos vão sendo aguçados. Gosta de futebol, de carros, de teatro, de música, de línguas, de computadore, de video games, de artes marciais ou de filmes. Incertamente pessoas vão se jutando de você, amigos com os quais você vai passar o resto da vida ou apenas companheiros momentâneos. Patricinhas, nerd's, esportistas, skatistas e artistas. Incertamente você cresce mais um pouco. Seus gostos passam de músicas infantis para artistas renomeados, de festinhas para baladas, de paqueras para romances e de desenhos para documentários. Incertamente seu rumo muda. Incertamente você cresce mais, e agora sonha em alcançar o céu. A vida muda mais um pouco. Seus amigos se mostram irmãos, sua responsabilidade cresce, suas escolhas passam a ser cuidadosas pois são essenciais e as cobranças em cima de você triplicam. Incertamente seus objetos são trocados rapidamente. Os tênis velhos para sapatos, os livros literários para os científicos, a mochila para a maleta e o banco da praça para o da universidade.

Como vimos, a vida é feita de incertezas. Os caminhos mudam, as coisas trocam de lugar, o mundo gira e o universo nem sempre conspira como a gente quer. Como então, com 17 anos, posso escolher o que fazer, que caminho seguir e não poder errar? Por que agora, tão cedo, tenho que decidir todo o meu futuro?

terça-feira, 23 de junho de 2009

Dentro de mim.

Faz frio aqui dentro. Sinto-me como num dia de inverno.. Mãos frias e pensamentos e falas mal colocadas por causa do clima. Lá fora faz sol, aqui dentro chove, chove muito. De vez em quando um trovão, as vezes uma trégua. Tem dias que venta demais, e com o vento vem a tranquilidade. Procuro pensar que depois da chuva sempre vem o sol e isso me deixa mais calmo.
Acho que estou vendo uma núvem preta indo embora, junto com os destroços de um dia ruím que passou. Mas o sol aqui dentro ainda não veio. Será que virá? Isso me deixa confuso. Aliás, eu estou muito confuso. O cinza do nublado traz-me lembranças, e a brisa do vento sopra para eu não desistir dos meus sonhos. Mas o sol ainda não veio. E eu o procuro por todo lugar...
Mas ele virá, ele virá sim. Afinal, acho que já estou sentindo o calor se aproximando... E que ele tome conta de mim!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Por que eu escrevo?

Eu escrevo por que os verbos são meu combustível, e a conjugação meu caminho. Eu escrevo por que as letras são minha visão, e as frases meu espelho. Eu escrevo por que a minha vida pede que eu escreva, por que simplesmente a minha alma tem sede de palavras.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ele e ela.


E ele olha para fora da janela. Ele não vê nada.


E ela senta na varanda de sua casa. Ela enxerga apenas um futuro.


E ele resolve sentir a chuva. Ele se tranquiliza.


E ela observa os ventos molhados. Ela pensa nele.


E ele toca uma melodia. Ele pensa nela.


E ela resolve vasculhar umas coisas. Ela encontra uma carta.


E ele resolve arrumar sua mala. Ele pega o telefone.


E ela lê um papel machê com letras de forma. Ela se espanta.


E ele, pensativo, disca um número. Ele desiste.


E ela, agitada, pensa em sair de casa. Ela desiste.


E ele anda pela rua. Ele grita: "Eu te amo"


E ela resolve sentir o sol. Ela abre sua cortina.


E ele vê ela. Ele grita mais alto.


E ela vê ele. Ela não pode descer.


E ele chama por sua amada. Ele nunca a esqueceu.


E ela prepara o café para outro alguém. Ela nunca o esqueceu.


E ele vai embora.


E ela chora.


E eles não dizem adeus.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O tempo e o meu humor.

Acontece que nessa semana eu tava precisando de um "bom dia". Eu só queria um abraço, ou um "Olá, como vai?". Estranhamente precisava parar de me esconder e voltar a ver o que eu via e sentir o que eu sentia. Ficar calado não resolveria nada e só pioraria as coisas. Briguei, me estressei, cansei, mas resolvi, e depois de cada pedaço do dia voltando ao normal, sorri. O frio ta chegando e isso me anima, aaaaaah como anima! To sentindo falta de ver as pessoas de casaco pela praça. Aliás, to gostando tanto das coisas simples e reparando nelas como nunca. To bem. É, eu to bem mesmo, tudo ta se ajeitando e eu to vendo uma núvem preta indo embora, junto com as semanas de uma fase extremamente ruím. Sabe, to começando a perceber que o tempo interfere inteiramente no meu estado de humor. O estranho é que as chuvas me agoniam. O fato, é que um céu azul é tudo o que eu preciso.

domingo, 3 de maio de 2009

Refúgio.


Iras, utopias, frases rondando minha mente.
Sonhos, viagens, vontades guardadas dentro de caixas de sapato.
Agonia, lucidez, sentimentos vivos, inimagináveis.
Sufoco. E eu aqui me escondendo debaixo de palavras...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Olhe em sua volta, abra sua janela.

Da janela eu vejo amigos passeando, cabelos ao vento, gente jovem reunida. Da janela, eu vejo os velhinhos andando embaixo das árvores, sentando no banco da praça, encontrando velhos amigos. Da janela eu vejo o entregador de pizzas, a menina com o buquet de rosas rasgadas, o homem com a cara lavada depois de um dia no bar. Da janela eu vejo o empresário atrasado, a professora concentrada, o hippie filosofando e a menina indo comprar doces. Da janela eu vejo o casal de namorados passeando, a mãe solteira caminhando, o universitário memorizando fórmulas e o músico tocando no bar. Da janela eu vejo o padre com a bíblia nas mãos, as amigas andando com sacolas, o atleta fazendo aquecimento e os recém-casados degustando um vinho tinto. Da janela eu vejo a rua, a rua que todo dia na mesma hora eu a vejo passar... não, eu não tenho coragem de fazer ela parar e escutar o que tantas vezes no espelho eu ensaiei para lhe dizer.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

tchau férias, nos vemos em breve!

Como vou conseguir me acostumar tão rápido com a rotina do segundo ano do ensino médio, se agora são 11 horas da manhã e eu estou de pijama, tomando uma xícara de Nescau na frente do computador, com a televisão ligada?
Minhas férias estão acabando, e eu não posso transformar esse momento. É inevitável, tenho pouco tempo para aproveitar... mas não quero pensar nisso agora, vou ler um livro, tchau!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Boa viagem!

São 4 horas da manhã, eu estou na praia e simplesmente não consigo dormir. Fico me revirando na cama, pensando em como as coisas mudam em dias, meses, anos, até mesmo de estação pra estação. O frio que permanecia em mim há um mês atrás, foi embora trazendo um calor insuportável. "Vou ligar o ar condicionado", pensei, mas olhando pra fora, uma vontade incontrolável de sentir a brisa da praia tomou conta de meus pensamentos. Abri a janela e então deixei a brisa não tomar conta só de meus pensamentos, mas de meu corpo e minha mente. Estava me sentindo bem, com uma tranquilidade que poucas vezes havia sentido. Deitei novamente, senti a cabeça no meu travesseiro e dormi. Acordei atordoado, me sentindo diferente, pois aquela serenidade não estava mais comigo. Olhei ao meu redor e percebi que estava no meu quarto, com a televisão ligada e com meus cadernos e apostilas em minha direção, esperando muito estudo para uma prova que estava por vir. Ainda não sei sonhei, se dormi ou se apenas imaginei. O que eu sei é que a gente pode ir para onde a gente quer, a hora que a gente deseja. Siga tranquilo, fuja da estagnação. Feche seus olhos, faça sua mala.